Uma das definições de ilusão é “aquilo que parece ser o que não é”. Ou seja, uma percepção deturpada, limitada ou exarcebada da realidade.
Sabendo disso, sempre me lembro do episódio de Jesus com as irmãs Marta e Maria. Nossa querida Marta expressa bem nossa busca incessante por controle. Há de se reconhecer que tal busca pode ser fruto de uma má intenção deliberada, o que pode ser considerada uma manipulação. Mas há quem o faça com boas intenções, e acredito que seja o caso aqui. Assim, como Marta, geralmente, consciente ou inconscientemente, buscamos ter o controle em três esferas:
1) queremos controlar as coisas, todas elas. Mas elas são muitas. O próprio Cristo disse isso à Marta. Eu mesmo preciso me lembrar constantemente que sou um só.
2) queremos controlar pessoas. Se dependesse de Marta, Maria não estaria escutando o Mestre, mas estaria trabalhando naquele momento. Isso faz com que olhemos as pessoas somente sob a ótica do que podem fazer, e nos tira a sensibilidade de reconhecermos seus momentos.
3) e, sim, queremos até mesmo controlar Deus. Marta tentou fazer de Cristo um instrumento de seu controle. Do tipo “oh, Senhor, manda essa folgada me ajudar”.
Por fim, três lições que procuro aplicar em minha vida:
– Deus não é um recurso da minha ilusão.
– Cristo não se impressiona com nossa busca por controle. Ele se encanta com nossa entrega.
– O que nos descontrola é a nossa busca por controle.