Quando o ser humano representado por Adão e Eva peca no Éden, a relação pessoal com o Deus trino é perdida. Expulsos do jardim, caminham sem a conexão aberta com o divino. Em Babel, o humano quer reconstruir a ligação com suas próprias mãos ao erguer um Zigurate (torre característica da Suméria onde a presença do divino era recebida na comunidade). O Deus trino não somente destrói essa tentativa tola de reconexão, mas também confunde a língua para que eles não se entendam. O humano está desconectado de Deus e agora também do seu igual. É assim que termina os 11 primeiros capítulos de Gênesis.
Quando Deus chama Abraão de Padã-Harã, o pai da fé atende o chamado de um Deus sem nome, sem imagem e caminha para uma terra que não sabe qual é. Abraão também abandonou a fé de seus pais, de uma crença em deuses provincianos, Abraão experimenta um Deus relacional. O que havia sido prometido ainda na cena da queda – o fruto da mulher esmagaria a cabeça da serpente -, começa a se cumprir em Abraão, por meio da sua semente (zera) Deus faria bendita todas as nações da terra. A promessa a Abraão é uma resposta de graça a desobediência e ao julgamento que desconectou o homem de Deus. O criador não encerrou em ira a história da família humana, antes agiu com graça para fechar o abismo causado pelo pecado e reconectar Deus e o humano criado.
A história é contada, escrita, vivida e então nasce um menino em Belém da Judéia, o fruto da mulher prometido, o Deus encarnado em fragilidade humana, o segundo Adão que é fiel ao relacionamento com Deus. Jesus não se esvaziou completamente ao ponto de se tornar um feto para fundar uma nova religião humana, a Palestina do primeiro século já tinha muitas delas. Jesus veio nos mostrar um novo tipo de humano, reconectado com Deus por meio do seu sangue e reconectado com seu igual por meio do amor. Em Gênesis 11 o humano está independente e afundado na maldade, em Jesus o humano está dependente de Deus e encontra o amor do divino nas relações com seus iguais.
Deus se revelou e nos encontrou por meio da graça, Ele está em movimento e nos encontramos no caminho, nos transformando a cada dia no humano que Deus sonhou, que tem Jesus de Nazaré como primogênito a ser seguido.
Ser cristão não é se enquadrar em um protocolo humanamente religioso, é se tornar um novo tipo de humano por meio da graça em um processo que nos acompanha por toda a caminhada.
Autoria de Pedro de Paula, aluno do 6° período do Seminário Koinonia.
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